domingo, 23 de outubro de 2011

Minha breve reflexão sobre as realidades sociais e a ação cristã no mundo

E como se não bastasse a indignação causada ao tomarmos conhecimento de fatos como o de que o resto de comida jogada no lixo por um só dia pelas empresas fast food americanas serviriam para matar a fome de todo o continente africano, agora precisamos segurar as rédeas e não perder o controle diante da reação de desprezo da igreja cristã - de um modo geral - diante de tais realidades.
É importante nos lembrarmos de que a igreja visível, em seus primórdios, tinha como prioridade o cuidado "do órfão e da viúva" - os necessitados, os pobres, os doentes, etc. Hoje, por mudanças drásticas na forma como os cristãos enxergam o mundo a sua volta, praticamente despreza essa realidade e tem como interesse primordial a ampliação de seus ministérios, cada um individualmente, visando poder econômico e muita, muita prosperidade! As quantias em dinheiro (ofertas), antigamente levantadas para dar suporte aos fiéis necessitados em lugares longínquos e locais (I Coríntios 16.1-3; II Coríntios 9.1,2; Filipenses 4.16; Romanos 15.26; Atos 4.34,35), hoje são agressivamente exigidas - em troca de bênçãos "espirituais" - em horário nobre de rede nacional de televisão. Mas o destino das grandiosas quantias não são os pobres e os necessitados, mas sim os próprios ministérios ou a própria igreja do pedinte. Os propósitos são variados: Compra de avião (jatinho particular), construção de novos Templos de Salomão, catedrais, aparelhagens de última geração, aluguéis de tempo em canais de televisão, entre outros, bem legítimos, como se pode observar. As desculpas esfarrapadas convencem até mesmo os próprios charlatões do Reino: "Ampliação do reino de Deus", "maior propagação da mensagem do Evangelho", etc. O incentivo, geralmente parece bem embasado nas Escrituras, parecem versos bíblicos: "quem planta colhe", "plante em 'solo fértil' e você colherá melhor" - e o solo fértil geralmente são os próprios pedintes ou, pelo menos, os mais prósperos (ricos) do que nós, ou ministérios mais ricos, ou populares - "sua colheita será proporcional ao plantio, então plante muito", "sua oferta demonstra o tamanho de sua fé" - um dos mais constrangedores que já ouvi, entre outros.
Biblicamente essas práticas já estariam erradicadas simplesmente pelos motivos básicos gananciosos, pela alienação, engano e abuso da fé simples dos ignorantes. Mas, ainda por cima, vemos o resultado de todo esse engano na vida das comunidades simples ao nosso redor: fiéis que permanecem na pobreza enquanto os pastores, profetas, apóstolos, etc. enriquecem a cada dia vendendo o ideal de prosperidade importado dos E.U.A. O Evangelho que visa o bem-estar humano é mais fácil de ser aceito numa sociedade carente como a do Brasil. Cristo é trocado do centro do Evangelho por promessas baratas de prosperidade, saúde, curas e vida longa, o que em grande parte das vezes não acontece. E eles ainda têm a "cara-de-pau" incentivarem esses fiéis a perseverarem na "fé PARA a prosperidade", se utilizando de textos bíblicos totalmente fora de contexto, como o da nuvenzinha avistada pelo servo do profeta Elias (I Reis 18.44ss). Se estivessem dentro de algum contexto, com certeza não estaria eu escrevendo esse texto.
Onde já se ouviu falar de um levantamento de oferta financeira entre as igrejas do Brasil com o fim de beneficiar os pobres na África, ou construir - ou pelo menos ajudar - instituições do câncer ou ONG's de ação social? Quando foi que levantamos R$ 900,00 sem a pretensão de colher inúmeros benefícios materiais ou espirituais, mas simplesmente  pelo prazer em ver pessoas sendo transformadas na sociedade, libertadas das drogas, da fome, e da miséria? Quando é que pararemos de construir templos e catedrais, para construir abrigos, escolas, hospitais? Deve ser muito fácil deixar a responsabilidade nas costas do governo!
Enquanto isso, simples crentes em Jesus Cristo, juntamente com missionários, morrem no Oriente Médio todos os dias pelo simples fato de os mantimentos NÃO CHEGARAM! Custa muito incentivarmos as igrejas a, pelo menos, escrever cartas de próprio punho aos que sofrem? Ou visitá-los? Custa muito doar algo que ainda esteja em condições de uso?
O mais engraçado é que os que lutam nesse sentido dentro das igrejas de hoje em dia são chamados publicamente de "trouxas" (http://www.youtube.com/watch?v=Dv3dVFwsgik - acessado 24/10/2011 às 02:25h) e "Judas", como já presenciei, pelo fato de denunciarem o esbanjamento de dinheiro e bens materiais. Fico a imaginar como é que comparecerão esses tais diante do divino tribunal para o julgamento das obras, como relatado pelo próprio Cristo no discurso das ovelhas e dos bodes (Mateus 25.32-46).
Mas e nós? seremos patrocinadores desse comércio desonesto de bênçãos, músicas e outras atrações que usurpam o lugar de Cristo nas pregações? Continuaremos contribuindo para o cachê dos "bam-bam-bans" da fé enquanto os verdadeiros necessitados morrem diante de nossos olhos? Continuaremos atendendo a pedidos exorbitantes de pregadores que, para divulgar a Palavra de Deus, cobram cachês altíssimos e estadias em hotéis de luxo ou ajudaremos os que realmente precisam de um lugar para dormir?
Se Jesus Cristo, nosso Senhor, Mestre, Messias e Deus, lavou os pés de seus discípulos ensinando-lhes que, em seu Reino, o maior é o que serve a todos, o que estamos fazendo em busca dos benefícios próprios? Se Ele disse que nosso Pai sabe cuidar de nós, por que ainda nos preocupamos tanto com o que vestiremos ou comeremos no dia de amanhã? Afinal, somos realmente cristãos ou só carregamos esse nome? Que paremos de buscar em tudo o bem estar humano, pensemos mais no próximo e nas próprias palavras de nosso Mestre Jesus Cristo: "Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós". Que "conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor" (Os 6.3), não nos termos que nós delimitamos para ele, demarcando sua esfera de ação, mas como Ele é realmente revelado nas Escrituras. Não em trechos isolados das Escrituras, defendendo pretextos heréticos, mas como revelado  em todo o texto, em todo o livro, em todo o testamento, em toda a bíblia, se possível. Esse é o nosso Deus! Conformemo-nos com Ele, não Ele a nós. Se o maior dos mandamentos é amarmos a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Lucas 22.36-39), que façamos disso nossa missão em gratidão pelo grande amor com que Deus, o Pai, nos amou e nos salvou por sua Graça.
Soli Deo Gloria!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Casamento : Are you ready? ( Você está pronto?)

”Você está preparado que está por vir?
Você tem um emprego maravilhoso dos sonhos que você ganha “bolos” de dinheiro?
Você faz faculdade? Está terminando ela?
Olha você tem que ter isso tudo, em minha opinião, já que você não tem, não case é tudo uma bobeira, é tudo, “TUDO DIFÍCIL” quando agente casa. Você é novo demais pra isso, você conhecerá outras pessoas mais “interessantes”, isso ai é só uma paixão boba ou nada de mais. Tira isso da cabeça, se você não tem casa, se você não tem carro, se você não ganha “muito” financeiramente, se, e se, e se... Você nunca será feliz.”
 Imagino e sou pressionada por tudo isso, uma pressão externa, onde familiares, a sociedade e muitas pessoas pregam isso e isso acaba pressionando nossa cabeça a todo instante. Nossa cabeça pira e depois acaba mudando muitos conceitos lindos, puros que tínhamos e mudamos por alguns destes que nos desviam de um caminho que poderia ser maravilhoso. Muitos dizem, “olha você tem que ter uma vida completa ( Carro, casa, dinheiro e outras coisas) para se casar ou construir uma VIDA com outra pessoa ( construir o que? Se já tem “tudo”...rsrsr), mas fico pensando tenho que ter uma vida completa para poder compartilhar isso com alguém, então não construí nada com esse alguém, eu só ajuntei com ele e acabou. Nossa vida não se baseia em coisas, sei que precisamos de casa, e algumas coisas para sobrevivermos, mas só digo que isso não trás a verdadeira felicidade.
Quando muitos centram sua felicidade nisso, acabam sendo infelizes ou deixam a outra pessoa que você se casou infeliz, porque não construíram nada juntos, não tiveram uma caminhada onde os dois ajudavam um ao outro mesmo na dificuldade e muitas outras coisas. Muitos centram seu ideal de vida no padrão robótico da mídia que é totalmente furada, destruída, mas muitos dizem, “É isso que quero ter pra mim”.
Nossa vida não é baseada nisso, baseasse na vida de Cristo, no amor de Deus, que nos criou e isso nos leva a termos uma vida centrada nisso e sabemos que quando namoramos com uma pessoa vamos ama-la com todo o nosso coração e se casarmos com ela amaremos do mesmo modo, que a vida a dois mesmo passando por dificuldades e entre outras coisas será uma VIDA maravilhosa juntos e descobre-se que não é obrigatório ter carros, dinheiro até sair do nariz e muitas outras coisas para ser feliz, que os dois juntos ajudando um ao outro seguindo pelo caminho do AMOR que Deus colocou em nós, nos torna felizes e sempre vai tornar.
Quero deixar claro que não digo que não podemos ter casa, carros e muitas coisas, mas digo com relação que nossa vida não se baseia nisso, mas a vida a dois tem de haver algumas dessas coisas para um modo de sobrevivência, local aonde os dois vão viver juntos. Mas não digo que você tem que ter carro e muitas coisas para se casar. Sei que você pode pensar, “essa menina nem é casada” e eu sei disso, mas venho aprendido com isso, e penso muito em me casar, com “o amor da minha vida” (“o que ela está dizendo, é tão bobinha, pensa assim porque é novinha”...KKK, até parece) Mas é uma grande certeza que tenho e nunca quero deixar que isso se perca em meus pensamentos e no meu modo de crer, mas é uma das maravilhas que Deus me proporcionou e fico super feliz com isso, mesmo que para muitos seja uma ideia infeliz. Mas espero que nosso amor não se condicione somente nisso, no “SE” ou “VOCÊ TEM QUE...”, mas que seja condicionada no amor de Cristo e no amor ao próximo, no amor que está centrado na pessoa com quem você vai querer ficar prá sempre.
Amor, você é esse alguém que falo tanto, quero viver pra sempre com você e compartilhar tudo com você. Não preciso conhecer outras pessoas para saber qual vai me agradar mais ou que é certa pra mim, descobri isso porque resolvi e escolhe te amar do jeito que você é, você foi meu 1º namorado e isso me da mais certeza que você é uma benção de Deus em minha vida, e sempre vai ser meu amado, meu lindo, a pessoa que mais amo nesse mundo...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Amor, Uma Voz que Ecoa dentro de Nós.

Poderia o homem algum dia entender o porquê do amor?
Por que nascemos e logo manifestamos um intenso desejo de nos relacionarmos?

Quando ainda somos crianças e não nos passa pela cabeça qualquer tipo filtro ou crítica filosófica, já manifestamos a necessidade de nos relacionarmos. Começamos com a família, posteriormente com os amigos na escola, nos apegamos mais a uns do que outros e, quando pensamos que não, de repente uma paixão nos toma por completo. Muitas vezes ainda no período pré-escolar... Sonhamos e nos imaginamos perto da pessoa amada a todo instante. O "friozinho" na barriga se manifesta toda vez que estamos perto dessa pessoa e nada, absolutamente nada, nos tira da cabeça que vamos viver para sempre ao lado dela.

Alguns pais descobrem e censuram seus filhos, outros incentivam, alguns fazem as famosas chacotas, mas o que gostaria de discutir não é se o correto é fazer isso ou aquilo. O que coloco em questão aqui é que todo ser humano em condições normais de pensamento sente necessidade de estar com alguém.

A princípio tudo o que queremos é nossa mãe, necessitamos dela para nos amamentar, para nos proteger, aquecer, etc. Isso poderia dar vazão ao pensamento de que desejamos nos relacionar unicamente pelo fato da necessidade, mas - contra fatos não há argumentos- é fatídico que todos acabamos por fazer amigos um dia e um belo dia, todos nos apaixonamos. E por que? Necessidade? De que? Afeto e carinho? Então me respondam os defensores racionalismo naturalista, do mundo mecânico e automático, por que as pessoas têm necessidade de afeto e carinho? Em que fórmula se baseia a necessidade de amar e ser amado?

Na mente e na imaginação criativa de cada criança existe sua família e a próxima família que partirá dela.
Me lembro das brincadeiras quando era criança. Brincávamos de família. Papai, Mamãe, filhinhos. E aí entravam os bonecos, as bonecas, os carrinhos, os cachorros e tudo o que pudesse aguçar nossa imaginação. Enxergávamos um mundo maravilhoso, onde tudo se resolvia em paz. E por que? Isso existia dentro de nós. E ouso dizer que ainda existe!

Por que será que após algum tempo nos tornamos adolescentes e depois jovens e cada dia cresce mais nossa vontade de encontrarmos alguém com quem possamos compartilhar cada momento, os fracassos, as alegrias e tristezas? Necessidade? Então, mais uma vez me explique o por que de verdadeiras "damas" de repente se verem apaixonadas pelo "vagabundo" e vice-versa. Não nego que o materialismo já tomou conta de grande parte da população - pasme! - principalmente de classe social baixa, o que tem levado à mudança de valores na hora escolherem o príncipe (ou princesa) encantado (a). Os mais ricos, populares e "bem encaminhados" são os mais procurados, mas isso não muda o fato de todos querem se relacionar, não importa se amorosamente, ou amigavelmente, ou por simples coleguismo, mas todos têm dentro de si esta necessidade. Poderíamos dizer que o homem foi feito para se relacionar!

E é então que nós cristãos, judeus, muçulmanos e outros "religiosos" no mundo moderno, que ainda acreditam em um Ser Superior que criou o homem e toda a "natureza", se é que a podemos taxar como algo "natural", podemos nos regozijar em ver que ainda existe algo desse Deus presente no homem, mesmo após a Queda. A Voz de Deus ainda ecoa no espírito de cada ser humano, clamando por justiça, por algum tipo de espiritualidade, por beleza e, como temos defendido nesta postagem, por amor relacionamentos. Algo inexplicável, porém fatídico dentro de cada um de nós. Deus ainda compartilha seus sentimentos com o homem e este ainda é à sua imagem e semelhança, mesmo que caído.

Se o mundo fosse realmente natural, mecânico, automático, sem qualquer intervenção externa, como muitos defendem, o real progresso se daria quando abandonássemos de nossa mente todo ideal de justiça, moralidade, espiritualidade, beleza e amor. Afinal, é isso que contribui para o "regresso" da raça humana, principalmente a religião, como defendem alguns. Porém, imagine um mundo assim! Com o descrito no livro "1984", de George Orwell, onde o governo ditador, visando a superação da humanidade sobre a família, o amor, o sexo, a imaginação, a filosofia... um verdadeiro mundo organizado, perfeito na concepção de alguns, um jardim de produtividade e moralidade totalmente separado de Deus, da alegria, da beleza, da espiritualidade, da arte, da música, do prazer, do pensamento livre e das cores que colorem nosso mundo e nossa vida. A verdade é que nada pode arrancar essa voz que ecoa dentro de nós.


Se o mundo realmente caminha numa seleção natural para o progresso, por que então ainda existe essa voz ecoando cada vez mais forte no coração da humanidade?

E a verdade, meu amor, é que amo você e isso se torna redentivo para mim e para inúmeras pessoas que têm tentado reprimir dentro de si a paixão, o amor ao próximo ou por alguém em especial, repetindo, como numa lavagem cerebral pós-moderna, que não acreditam mais no amor, que não acreditam no casamento, na amizade, nas pessoas e que não acreditam em Deus. Que nosso amor supere tudo isso e a cada dia refute o naturalismo, o mecanicismo, a monotonia, expressando a cada dia o amor de Deus pelo mundo, por sua criação. Que seja expressão de sua glória, resultando no "louvor da glória de sua bondade para conosco em Cristo Jesus". Te amo, pra Sempre!

Com amor e carinho,
J.M.S.Júnior

segunda-feira, 4 de abril de 2011

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

De Tramas e Fios

De tramas e fios
Marisa Trench de Oliveira Fonterrada


A primeira geração

Émile-Jacques Dalcroze

            Dalcroze baseava seu trabalho no movimento corporal e na habilidade de escuta. No início de seu trabalho viu as dificuldades de seus alunos a executarem certas atividades propostas. Seus alunos sabiam a parte teórica mas mão faziam ligações entre a atividade cerebral e as sensações auditivas. Pois no ensino de música os alunos não eram permitidos a experimentarem os sons. Então Dalcroze prioriza a escuta e toca algum instrumento para que seus alunos trabalhassem a escuta e assim começavam a atividade proposta.
               Assim ele reparou que até os alunos mais bem-dotados tinham dificuldades para executar as tarefas propostas. Os alunos compreendiam como faze-lo, mas com a falta do movimento corporal bem trabalhado, os alunos não conseguiam realizar as tarefas adequadamente.
            Portanto Dalcroze, refletia e analisava sobre esses assuntos, de como melhoraria essas deficiências que se encontravam no ensino de música, assim criou um novo modelo de ensino.
            A primeira preocupação de Dalcroze era que na educação musical havia uma necessidade de unir a música, a escuta e o movimento corporal para melhor aprendizagem. A segunda preocupação era de buscar soluções para essas condições, com uma análise das questões do ensino musical, ele propunha aos professores e artistas de promoverem a educação das massas, e de como era importante o papel de música para o ensino do povo.
            Dalcroze queria a forte presença de ensino de música nas escolas, mas para que isso desse certo era preciso formar profissionais capacitados para este trabalho.
            Assim ele queria utilizar seu conhecimento e ensinamento para o bem do povo. Queria descobrir uma fórmula que o povo pudesse expressar seus sentimentos, com o propósito de cultivar os “ritmos naturais” e culturais do povo.
            Com isso Dalcroze afirmava a importância da percepção musical aos movimentos. Suas  propostas baseavam em pensamentos românticos, em que arte era a expressão de sentimentos e a crença de métodos racionais e definitivos.    
            Dalcroze mostra a importância da educação musical na escola, tanto no ensino das crianças quanto para os jovens, onde ele acreditava que “nenhuma evolução, nenhum progresso, podem ocorrer sem a participação da juventude, pois é nos espíritos jovens que as idéias deitam suas raízes mais profundas” ( Dalcroze, “Un essai de réforme de l'enseignement musical dans les écoles”, 1905, in 1965, p.14). Nesta época ocorre o enfraquecimento da Igreja, assim afastando o ensino de música nas escolas.
            Mas a “utopia” de Dalcroze foi de que a música implantada na educação, reverteria o estado de coisas apontados e desenvolveria a capacidade sensório-motoras, mentais e espirituais da criança, assim abrangendo totalmente a população. Dalcroze se dedicou a isso, mas não conseguiu atingir o que queria toda a população.

“ Ritmo e gesto no drama musical diante da crítica”

            Para Dalcroze todo tipo de ação artística era um ato educativo, sendo destinado ao cidadão. Seu sistema era de desenvolvimento de competências individuais, mas também pensava na educação coletiva.
            Em seu artigo Dalcroze fala da importância união do movimento e música, onde ele faz críticas ao desempenho de cantores e dançarinos, onde eles não faziam essa união.

A rítmica

            O sistema de educação de Dalcroze chamada “Rythmique” (Rítmica), tinha o objetivo de relacionar a educação geral e o fornecimento de instrumentos para o desenvolvimento integral  das pessoas, com a música ativa, o movimento corporal e o espaço utilizado.
            O sistema Dalcroze estimula a imersão dos aspectos musicais, levando a compreensão constituintes dos elementos e seus aspectos expressivos. O objetivo é levar o indivíduo à escuta consciente ao movimento, é de fazer uma ligação entre ritmo e atividade motora.
            De acordo Marie-Laure Bachman, do Instituto  Dalcroze em Genebra, fala do método de Dalcroze, em que ele tinha a intenção de superar a dicotomia entre corpo espírito e utilizar a música para a interação do mais primitivo ao mais evoluído do ser humano.
            Dalcroze propunha à compreensão do movimento estático do ser humano para chegar a fruição e a conscientização e expressões musicais. A música não é um objeto externo, mas se encontra do lado de dentro e fora do corpo. O corpo transmite a música, pois há uma união com a música e o movimento.
            Assim, ele apresenta a necessidade de uma ligação entre a liberdade e estrutura. A liberdade  proposta por Dalcroze era que para melhor apresentação do movimento corporal, era preciso que as dançarinas, vestissem roupas que lhes davam liberdade nos movimentos, ou seja, roupas que deixassem os braços nus, pés descalços e malhas de dança, mas na época provocaram um choque, onde a corpo feminino era ocultado.
            A estrutura se encontra na música, no corpo e espaço. O corpo interage com a música, assim se expressa liberdade e é apoiada numa estrutura complexa.

O sistema

            O sistema parte da natureza motriz do sentido rítmico e numa experiência de afastar o seu caráter usual intelectual para ficar no corpo do indivíduo em sua experiência vivida. Ele trabalha a  escuta ativa, a sensibilidade motora, o sentido rítmico e a expressão.

Dalcroze hoje

            Até os dias de hoje, o método da Dalcroze é utilizado no ensino de música, pela importância que o estudo que ele realizou para o ensino musical, atualmente os professores que aderem a este método o utilizam e fazem adaptações às condições do mundo contemporâneo.

Edgar Willems

            Edgar Willems foi aluno de Émile-Jacques Dalcroze e Mme. Lydia Malan, do qual Willems lhes atribuiu muita importância em sua formação. Que também traz consigo a idéia de Dalcroze, no qual da importância da educação musical para o povo.

Pressupostos

            Willems prioriza a educação musical em bases racionais, e encontra relações entre a música e o homem, onde busca no modelo de Helmholtz, que estuda as sensações auditivas e os fundamentos materiais do som.
            Na proposta de Willems ele se dedica aos elementos fundamentais da audição e da natureza humana, e a correlação entre homem e o som. Ele estuda a audição no seu modo afetivo, mental e sensorial, tendo três domínios da natureza, o físico, o afetivo e o mental.
            Para ele há uma ordem construtiva que ordena a música, audição, ser humano e natureza. Willems fala da importância do preparo auditivo ser ensinado antes do ensino de um instrumento. De acordo com ele a audição apresenta aspectos sensoriais, a sensibilidade afetiva, auditiva e a inteligência auditiva.

O som

            As vibrações são percebidas pelos sentidos, o som é percebido pela audição, onde Willems faz um estudo sobre o som em seu livro L'oreille musical No qual é importante saber o modo de funcionamento do ouvido, servindo para o objetivo das vibrações sonoras e o subjetivo das imagens sonoras. Com o estudo da fisiologia da audição ele faz essa abordagem do aspecto sensorial, sensível e mental. Essa divisão feita por Willems não quer dizer que estes aspectos estão separados, mas na verdade na prática musical eles estão unidos.
            Ele aborda sobre três verbos em francês – ouir, écouter e entendre – que explicariam as qualidades sensorial, afetiva e mental da audição, então ele diz:

            como existem funções auditivas em três domínios diferentes, seria preciso três palavras diferentes para exprimi-los. Assim, poder-se-ia dizer “ouir” para designar a função sensorial, “écouter” para designar aquela função em que a emoção se junta ao ato de “ouir”, e “entendre” para indicar que toma consciência daquilo que se “ouit”. O uso corrente dessas palavras, entretanto, não permite que se faça tais distinções. (Willems, 1985, p. 31; grifo da autora).

            Mas na verdade estes três termos são bem válidos em francês, mas na língua portuguesa, a tradução destes verbos, não tem a mesma conotação em francês.
            Voltando ao sistema sensorial auditivo, Willems acreditava que a capacidade sensorial é o ponto de partida para despertar de outras faculdades humanas.

Sensorialidade auditiva

            Willems valorizava o fenômeno sonoro, do qual realizava exercícios de altura, duração, intensidade e timbre de sons.
            A sensorialidade auditiva ajuda na base que permite liberdade de escuta, ajudando o indivíduo a aceitar vários tipos de organizações sonoras.

A sensibilidade afetiva auditiva

            Willems aborda sobre a sensibilidade afetiva auditiva, como uma forma sensorial de “ouir”. Quando se ouve, o ato de ouvir vem acompanhado de uma emoção, como alegria, tristeza e outros tipos de sentimentos.
            Mas Willems via com frequência que a cultura das emoções estavam sendo banidas do ensino musical, por causa da incompreensão da natureza da música e de suas relações com o ser humano. De acordo com Willems, a criança é muito emotiva, então é importante que o professor saiba trabalhar esse lado sensorial afetivo.
            Com esse estudo Willems atribui no segundo volume de seu livro L'oreille musicale, onde cada intervalo possui uma emoção, que é abordada na Teoria dos Afetos (Quadro 1).

Quadro 1 – Intervalos harmônicos quanto à sua qualidade afetiva

Intervalos
Aspectos afetivos
Uníssono
Paz
Segunda menor
Nervosismo
Segunda maior
Vulgaridade
Terça menor
Pena
Terça maior
Felicidade
Quarta justa
Indiferença
Quarta aumentada
Excitação
Quinta diminuta
Inquietude
Quita justa
Calma
Sexta menor
Melancolia
Sexta maior
Gentileza
Sétima menor
Amor
                                                                                                                          (Willems, 1984, p.163).

             
              
            Willems volta à questão afetiva pelo fato do impacto sonoro provindo do exterior produz uma reação de repulsão ou acolhimento. A sonoridade afetiva para Willems é o elemento central da escuta, assim como a melancolia é o elemento central da música.

A inteligência auditiva

            Com a inteligência auditiva podemos tomar consciência do universo sonoro, onde se liga ao processo de criação, tendo a capacidade de imaginar e criar imagens sonoras.
            É importante perceber que Willems queria desenvolver um ensino que suprisse as necessidades de sua época através de bases cientificas. Então Willems cria uma proposta de “ordenação construtiva”, que presidi a atividade musical criativa em estreita semelhança com a a vida e as leis cósmicas que regem o universo.

Zoltán Kodály

            Nascido em Keskémet, na Hungria, em 1882, Kodály foi quem reconstruiu a cultura musical húngara.
            Kodály era filho de músicos, quando era criança aprendeu a tocar piano e violino. Estudou  na Academia de Música de Budapeste. Estudou sobre a música nacionalista e faz uma descoberta da música folclórica húngara.

A pesquisa musicológica

            Com o enfraquecimento do sistema tonal, os compositores entenderam que o renascimento da música não estava na continuação das experiências provenientes do cromatismo. Assim começam a utilizar um sistema pentatônico e modal, que são utilizados na música folclórica húngara. Kodály e Bartók realizam um estudo do folclore húngaro e de como ele possa ser reconhecido culturalmente.
            O estudo científico foi liderado por Kodály, e um ano depois Bartók entra neste trabalho, eles reunirão cerca de cem mil canções húngaras em sessenta anos.
            A Hungria liberta-se do Império Austro-Húngaro, consequentemente fica mais fácil que as idéias de Kodály e Bartók expandissem. Assim os livros didáticos desses ensinamentos começam a proliferar na educação musical.               

Aplicações

a) Arte

            Com a redescoberta do estilo musical húngaro, Bartók, colega de Kodály, decide se focar no folclore romeno, eslovaco, turco e árabe e tenta encontrar a semelhança e diferenças que compõem a música húngara. E Kodály faz um estudo do folclore de sua própria terra e quais mudanças ela sofreu com o passar do tempo.

b) Ensino

            Essas pesquisas folclóricas e a tradição húngara influenciaram no ensino de música, mas no início não era tão valorizado com atualmente está sendo valorizado. O importante papel da música húngara aborda três forças formativas: “pensamento, sentimento e vontade, que se reuniram num esforço coletivo que atingiu toda a nação. O primeiro desses itens – o pensamento – é da alçada do musicólogo, que analisa e organiza o material coletado; o segundo – o sentimento – dirigi a transformação do material em arte, e esse é o trabalho do compositor; a vontade, por sua vez, é reduto da educação e contempla tanto a formação do aluno quanto a do professor. Todas essas ordens têm o mesmo foco e são igualmente valorizadas, de modo que progridem paralelamente, e mutuamente se influenciam e inter-relacionam”. ( De tramas e fios, FONTERRADA; p.141)
            Kodály e Bartók tentam reconstruir a identidade musical de seu povo, através do desenvolvimento musical individual e manter a cultura “natural” musical do povo.
            A meta de Kodály era trazer o ensino de música para todas as pessoas, por meio de um programa de alfabetização musical, o objetivo era trazer a música para o cotidiano. O interesse de Kodály era valorizar os aspectos criativos e humanos com a prática musical.

O método

            O método de Kodály era ensinar o espírito do canto a todas as pessoas e alfabetizá-las musicalmente, utilizando a música em seu cotidiano para o lazer. Ele incluía o desenvolvimento da leitura e escrita de música, o treinamento auditivo, rítmica, canto e percepção musical.
            Kodály utiliza jogos para crianças, estes auxiliam no reconhecimento e compreensão sensorial dos modelos rítmicos, tanto oral quanto visualmente.
            Os componetes do método Kodály não é novo, mas é utilizado em diversos países até hoje, contendo adaptações, estes componentes são:

              um sistema de símbolo de duração rítmica;
              um sistema de alturas relativas, conhecido como dó móvel (Tonic Solfa);
              um conjunto de sinais manuais que auxiliam o desenvolvimento de relações tonais, conhecido como manossolfa. (Mark, 1986, p.129)


 Referência Bibliográfica

FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira
            De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. - São Paulo: Editora UNESP, 2005.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Conhecimento



O significado de conhecimento de acordo como dicionário Aurélio é ato ou efeito de conhecer; Informação ou noção adquiridas pelo estudo ou pela experiência; Consciência de si mesmo.(Minidicionário Aurélio,p.176)
            O conhecimento é o acumulo de informação que são retiradas de fatos que vem desde quando nascemos. Desde pequenos nos já é dado o conhecimento, ou seja, o de querer saber o “por que” das coisas a nossa volta, a curiosidade é despertada e a crítica vem acompanhada dela, pois quando nos perguntamos o “por que”, ele nos move a queremos obter as respostas sobre os fatos ocorridos. De acordo com Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da autonomia”, á p.35, ele fala sobre essa curiosidade:

            “A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta      verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere alerta, faz parte     integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe           pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.”

            E a crítica nos leva a procurarmos respostas sobre o mundo, e o que vem ocorrendo com ele. O mundo criou uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas é capitalista, onde parece que nada se fala sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no qual no sistema capitalista muitas pessoas são consideradas como inferiores, onde passam necessidades e alguns poucos, vivem em casas luxuosas, as vezes nem ligam para as pessoas que necessitam de comida e se esbanjam com isso e muitas vezes jogam tudo fora, onde neste mundo muitos passam fome. A Declaração dos Direitos humanos foi criada, mas em várias ocasiões, parece que ela foi feita em vão.
            Mas o conhecimento pode abrir os olhos de muitos, de ver o lado de outras pessoas, e peguntar o “por que o mundo está assim?”, “por que poucos tem muito, e muitos tem tão pouco?” e “o que poderia ser feito para mudarmos essa situação do qual nos encontramos?”.
            Temos que ter esperança, e mesmo que não venha mudarmos todo o mundo, se fizermos alguma diferença é de grande proveito. Pois se olharmos com olhos pessimistas, não faremos nada, pois olha-se o lado ruim, que não há mudança e não haverá. Assim temos que ter objetivos, crermos que as pessoas possam mudar, mudar por algo melhor, e ver que muitos precisam de ajuda neste mundo. E assim descobriremos muitas coisas, alguns sentidos que a vida nos proporciona, que tem algo além que nossos olhos podem ver, um infinito de conhecimento e aprendizagem, que nos farão crescer como seres humanos e de como podemos ser pessoas melhores. Como está escrito no livro “ O que  é religião?”, de Rubem Alves:

“[...]Porque é mais belo o risco ao lado da esperança que a certeza ao lado de um universo frio e sem sentido...”

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Photoshop Tutorial: Joven com Neon Lights Effects.


http://www.youtube.com/watch?v=8iKoTbI2pKk

O vídeo está em espanhol mas pode ser entendido facilmente. Ele está usando o Photoshop CS5, e este tem uma ferramenta de tirar fundo muito boa, como é o caso do fundo branco que ele tira atrás do personagem utilizado para esse tutorial.
Esse tutorial é  muito bom e pode ser utilizado para outros tipos de fotos, essa foto abaixo foi feita por mim, espero que tenham gostado:

Foram os mesmas ferramentas que utilizei do vídeo, e é uma foto que coloquei da pessoa que mais amo...=)